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sábado, 28 de março de 2015

Antes com 136kg, gaúcha perde mais da metade do peso e vira nutricionista

Gabriela de Brum antes com 136kg e agora com 66kg (Foto: Arquivo pessoal)
O antes e depois de Gabriela de Brum: com 136kg e hoje pesando 66kg (Foto: Arquivo pessoal)
Com 1,78 de altura e 66kg, quase ninguém imagina que um dia Gabriela de Brum foi gorda. Mas em um passado não tão distante assim, a nutricionista de Lajeado, cidade do Vale do Taquari no Rio Grande do Sul, chegou a pesar 136kg. Depois de realizar a cirurgia bariátrica e reformular a alimentação, a gaúcha de 31 anos mudou completamente o estilo de vida.
"Antes eu não queria ser vista como ex-gorda. Hoje não me sinto mal ou tenho vergonha. Falo sobre isso. Aliás, faço do meu passado um aliado no meu trabalho", afirma ela ao G1. "Faz toda a diferença [ter sido gorda]. Eu sei das dificuldades. Uma pessoa que nunca foi gorda não sabe como é", completa.
Orgulhosa por ter eliminado 70kg (seu peso reduziu pela metade), ela reconhece, no entanto, que o procedimento foi longo e delicado e que os cuidados após o procedimento cirúrgico devem ser mantidos durante a vida inteira. A clássica combinação de boa alimentação e exercícios físicos frequentes segue sendo o segredo e principal indicação para manter a boa forma.
"Tento mostrar aos meus pacientes o que eles precisam. Exercício faz bem para a saúde. As pessoas focam muito no estético. Mas eu sempre falo que saúde e estética andam juntas. Não adianta só fazer dieta e cirurgia plástica”, aconselha ela.
Semanalmente, ela divide suas consultas em duas cidades: em Porto Alegre e na terra natal. Além do trabalho na prática, ela planeja especializar-se na área da psicologia ligada ao emagrecimento. "Quero ajudar as pessoas a trabalharem a questão da compulsão por comida, ajudá-las a resgatar a autoestima", planeja.
Se antes Gabi fugia do espelho e não gostava de ser fotografada, hoje é adepta das 'selfies', exibe com orgulho suas conquistas e dá dicas através do seu perfil no Instagram, que já tem mais de 70 mil seguidores. "Muitos pacientes me acham por lá", afirma.
Excesso de peso e depressão
Apesar da tendência familiar para ganhar peso, Gabi teve infância e adolescência normais. Quando criança, a mãe controlava o consumo de refrigerantes e doces. Ainda menina, praticou patinação até os 15 anos, quando teve problemas no joelho e abandonou a atividade. Seguindo o comportamento das amigas, tentou frequentar academias. Mas não demorou muito para os quilos extras aparecerem. “Saía da academia e ia para a sorveteria. Minhas amigas não engordavam, mas eu sim”, relata ela que ganhou cerca de 10kg em um ano.
Aos 22 anos, Gabriela entrou em depressão por causa do excesso de peso (Foto: Arquivo pessoal)Aos 22 anos, Gabriela entrou em depressão por
causa do excesso de peso (Foto: Arquivo pessoal)
Com o número na balança aumentando a cada semana, procurou ajuda médica. Do consultório da endocrinologista, saiu com uma receita em mãos e passou a tomar medicamentos para emagrecer. “Tomava e emagrecia muito rápido. Às vezes tomava o remédio duas vezes ao dia. Não tinha apetite. Para mim, só passar o dia sem comer dava resultado. Hoje esses remédios são proibidos”, alerta. Gabi passou a viver o chamado “efeito sanfona”. “Até os 18 anos fui assim, de engordar e emagrecer”, relembra.
Apesar de estar acima do peso, a então estudante de administração era vaidosa. “Nessa época não me incomodava tanto com a gordura. Eu era uma gordinha bem resolvida. Me incomodava quando as pessoas me olhavam assim, de um jeito estranho, mas não a ponto de ficar trancada em casa”, pondera.
Nutricionista recuperou a autoestima e hoje ajuda os pacientes (Foto: Arquivo pessoal)Nutricionista recuperou a autoestima e hoje ajuda
os pacientes (Foto: Arquivo pessoal)
Quando a medicação parou de fazer de efeito, deixou as pílulas de lado e passou ganhar peso de forma ainda mais progressiva. Quatro anos depois, chegou ao limite: pesando 136kg, entrou em depressão.
"Larguei a faculdade, larguei tudo. Comecei a me incomodar com as pessoas cochichando. Não queria nem tentar fazer dieta. Tinha crises de choro, não queria falar do assunto. Fiquei um ano sem sair de casa", desabafa.
A família, preocupada com a situação, marcou uma consulta com um especialista de Passo Fundo, no Norte do estado, que sugeriu a cirurgia bariátrica. A técnica indicada pelo profissional foi a banda gástrica ou anel, que funciona como um funil na entrada do estômago limitando a passagem dos alimentos. Na época, o procedimento custou R$ 20 mil. "Não estava muito interessada naquilo, mas ouvi os meus pais. Aceitei e fiz. No primeiro mês, sofri bastante", relata.
Com a dieta líquida, indicada para os primeiros dias, reduziu 14kg em um mês. Mas quando passou a comer em excesso, percebeu que precisava mudar os hábitos alimentares. “Não emagreci mais porque não estava me cuidando. Não adianta nada fazer a redução de estômago e voltar a comer daquele jeito. Percebi que não podia jogar todo aquele esforço no lixo. Decidi ir adiante”, afirma ela, que na época, há oito anos, entrou na faculdade de nutrição.
A rotina mudou: acompanhada por uma nutricionista, viu os três dígitos da balança diminuírem para dois. Um incentivo, segundo ela. “Passei a oscilar entre 72kg e 74kg. Aí fiz as cirurgias reparadoras [abdômen, peito, lipoaspiração nas costas, quadril e braço]. Tinha muita pele sobrando”, explica.
Para definir a musculatura, inscreveu-se na academia. Quando não sobra tempo para a musculação, pratica ao menos exercícios aeróbicos. "Pode-se engordar tudo de novo. Sei que vou ter que me cuidar para a vida inteira. Nem que acorde 5h30, 6h da manhã. Sempre faço uma caminhada", sustenta.
Gabriela está noiva e quer perder 3kg até o casamento (Foto: Arquivo pessoal)Gabriela está noiva e quer perder 3kg até o dia
do casamento (Foto: Arquivo pessoal)
Descendente de italianos, confessa que não abre mão de saborear umas delícias gastrônomicas uma vez ou outra.  "Eu não consigo mais ingerir grandes quantidades de comida [após a cirurgia bariátrica]. O anel controla bastante. Em época de TPM, até como um doce. Mas sei que se eu me descuidar, engordo”, analisa.
Noiva de um instrutor físico, afirma também que a parceria do casal ajuda a manter o ritmo. "Os dois se cuidam muito. É uma parceria mesmo, de levar uma vida mais saudável". Para o casamento, com data marcada para maio, ainda quer perder 3kg. "Com aeróbico e comendo direitinho, chego lá", confia.Fonte:g1
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Para definir a musculatura, Gabriela inscreveu-se na academia (Foto: Arquivo pessoal)Para definir a musculatura, Gabriela inscreveu-se na academia (Foto: Arquivo pessoal)

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