RIO - Caio Júnior não é mais técnico do Botafogo. Com seis derrotas nos últimos sete jogos e a vaga na Copa Libertadores parecendo cada vez mais distante, o trabalho do treinador já não era mais uma unanimidade em General Severiano. Muito criticado pela torcida, Caio não resistiu à derrota para o América-MG por 2 a 1, em Sete Lagoas. Durante a madrugada, o vice-presidente de futebol, André Silva, e o gerente de futebol, Anderson Barros, se reuniram para decidir o futuro do técnico. Após uma conversa com o presidente Maurício Assumpção, ficou decidido que Caio Jr. teria que deixar o clube.
Na chegada da delegação alvinegra ao Rio, às 12h45m desta quinta-feira, Caio preferiu não falar com os jornalistas. Não houve protestos de torcedores no Aeroporto Santos Dumont. O ex-treinador, cercado por dois seguranças do clube, saiu sozinho num carro. Os jogadores pegaram um ônibus e seguiram direto para General Severiano, onde haverá treino à tarde.
Quem deve assumir interinamente o time é o preparador de goleiros Flávio Tenius. Dependendo do resultado de Flamengo x Figueirense nesta noite, o Botafogo poderá ficar fora da zona de classificação para a Libertadores. Em quinto lugar, com 55 pontos, o time pode ser ultrapassado pelo Flamengo, sexto colocado com o mesmo número de pontos, se o rubro-negro empatar ou vencer no Engenhão. O próximo jogo é contra o Internacional, domingo, em casa.
Em cerca de oito meses, Caio Júnior comandou o Botafogo em 47 jogos, tendo conquistado 21 vitórias, 12 empates e 14 derrotas. O aproveitamento do técnico foi de 53,2%. Caio estreou no Botafogo no dia 31 de março, com a vitória sobre o Paraná, por 2 a 1, pela Copa do Brasil. O técnico comandou a equipe em apenas três jogos no Campeonato Carioca. Com a eliminação da Taça Rio, o treinador ficou apenas com a disputa da Copa do Brasil no primeiro semestre. Mas a eliminação para o Avaí fez com que a equipe ficasse um mês sem jogar. No Brasileiro, Caio começou com uma campanha mediana, mas a equipe engrenou uma série de vitórias no Engenhão e passou a acreditar no título. As derrotas na reta final, e algumas decisões consideradas erradas, como a de alterar o esquema tático no 1 a 0 sofrido para o Figueirense, no Engenhão, e também contra o América-MG, fizeram seu trabalho ser contestado.
Contra o América, o técnico escalou o time no 3-6-1, barrando Lucas e Herrera e escalando Alessandro e o zagueiro Gustavo. A mudança não teve efeito e a defesa alvinegra falhou nos dois gols do time mineiro.
- Eu precisava dar uma mudança. A colocação do Alessandro e do Gustavo foi importante, pois eles são jogadores de muita vibração e liderança - analisou o treinador.
A mudança ganhara o apoio do volante Renato, um dos mais experientes do Botafogo:
- É um sistema bom para marcar. Não senti muita diferença. Mas infelizmente o resultado não veio - afirmou.
Ao fim do jogo contra o América-MG, o atacante Loco Abreu, líder entre os jogadores e principal nome do time, admitiu temer pela perda da vaga na Libertadores:
- Não sei o que está acontecendo. Essa queda não é de hoje. No ano passado, deixamos a vaga escapar na mesma situação no fim do campeonato. Nos meus dois anos de Botafogo, está tudo muito parecido. Não é uma situação de qualidade do time, nem de diretoria, nem de comissão técnica. Nossa equipe precisa ver onde está errando e resolver - finalizou.
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