Em meio a intensas negociações com aliados e sob protestos da oposição, o governo conseguiu avançar nesta quinta-feira no Senado com a emenda constitucional que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015. Os senadores aprovaram, em primeiro turno, o texto que renova esse mecanismo, permitindo que o governo gaste como quiser 20% de suas receitas. A DRU perde a validade no dia 31 de dezembro e o governo corre contra o tempo para aprovar a prorrogação antes do dia 23, quando começa o recesso parlamentar. Como se trata de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), o texto terá que passar por mais uma votação no plenário da Casa. Se aprovada, será promulgada pelo Congresso. Os governistas esperam concluir a votação do texto no dia 20 de dezembro. Na votação desta quinta-feira, foram 59 votos favoráveis e 12 contrários a prorrogação.
Todas as emendas à proposta articuladas pela oposição não foram apresentadas. O governo pressionou os aliados a retirarem assinaturas – eram necessárias 27. Pelo menos seis governistas, recuaram, entre eles Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Cristovam Buarque (PDT-DF), Paulo Davim (PV-RN). O Palácio do Planalto considera a extensão do prazo essencial, pois desbloqueará cerca de R$ 62,4 bilhões. O dinheiro, segundo o governo, deve contribuir para a meta do superávit primário de 2012, prevista em R$ 71,4 bilhões. Outro argumento do governo é que esse mecanismo é importante para combater a crise econômica internacional. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fez questão de discursar em defesa da manutenção da DRU. Reforçando os argumentos do governo, ele disse classificou o mecanismo como uma “vacina” importante para combater a crise econômica que é “mundial, singular”. “(A prorrogação da DR) é um tema que não pode dividir ninguém. O Brasil não está imune a essa crise.”http://cardososilva.com.br/
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