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segunda-feira, 4 de março de 2013

Caso Bruno: Primeiras horas de julgamento são marcadas por atraso, bate-boca e choro


As primeiras horas do julgamento mais aguardado dos últimos tempos foram marcadas por atraso, bate-boca e lágrimas. Previsto para começar às 9h desta segunda-feira (4), o júri popular iniciou com cerca de 40 minutos de atraso.
Bruno Fernandes foi o primeiro réu a chegar ao Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Por uma entrada mais reservada, a chegada do jogador provocou pouco tumulto na porta do fórum. Já Dayanne de Souza foi responsável por uma enorme concentração de fotógrafos e jornalistas. Sem falar nada com a imprensa, a ex-mulher de Bruno chegou pela entrada principal e chamou a atenção das pessoas por vestir uma camisa semelhante a usada por ela no júri anterior, quando teve o processo desmembrado.
Outra presença que provocou tumulto na entrada do salão do júri foi da mulher de Bruno, a dentista Ingrid Calheiros. Sorridente e vestindo uma camisa laranja, ela mostrou estar bastante confiante. A jovem estava acompanhada de três mulheres, que chegaram trazendo uma enorme mala. Minutos antes de começar o júri,  Quaresma e o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, foram vistos "cochichando" pelos cantos.
Ao ser fotografado pela imprensa, Bruno chorou várias vezes e ganhou um lenço de um dos seus defensores. Em seguida, em meio a muitos flashes, recebeu uma bíblia e começou a ler em voz baixa. Durante todo o tempo, ele permaneceu de cabeça baixa demonstrando total abatimento. Dayanne Rodrigues, por sua vez, pediu que seu advogado dificultasse as imagens se posicionando estrategicamente em seu frente. Mesmo assim, a imprensa conseguiu fotografar a ex-mulher do goleiro.
Acordo
A expectativa dos advogados da acusação é de que haja um acordo com a defesa para a confissão do goleiro Bruno. Segundo o advogado José Arteiro, já teria sido proposto que o jogador falasse quem matou Eliza e onde estão seus restos mortais. "Acho possível que haja esse acordo porque iria atenuar a pena dele", disse Arteiro. 
O jurista Sidney Karpinsky, também da acusação, acredita que o goleiro não ira aceitar o acordo porque já teria se negado outras vezes. "De qualquer forma ele será condenado, já existem provas suficientes para isso. A pena deve ser superior a 24 anos", afirmou.

Já o defensor Lúcio Adolfo Silva avalia que existem falhas que podem prejudicar o inicio do julgamento. "A própria acusação não sabe quem foi o executor de Eliza. Apareceram novos investigados, como vai julgar alguém agora?", destacou Silva. Ainda segundo ele, 710 páginas do processo estão desaparecidas, conforme de O Tempo adiantou na edição desta segunda. "A juíza já deferiu a abertura de um inquérito para apurar o que aconteceu com essas páginas. Não acho justo que a defesa não tenha lido todo o processo".
O vereador Edson Moreira, ex-delegado responsável pelo caso Eliza Samudio, aconselhou o goleiro Bruno Fernandes a confessar sua participação no desaparecimento e morte de Eliza Samudio. 'Seu eu estivesse no lugar do Bruno, com o conjunto probatório, eu confessaria”
Ele explicou ainda que o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho foi ouvido duas vezes por ele durante as investigações, mas o Ministério Público achou melhor não indicia-lo para não tumultuar o processo, porém já teria sido aberta uma investigação suplementar pelo MP.  "O Zezpe será indiciado", afirmou Moreira. 

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