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domingo, 17 de novembro de 2013

Preso em Catanduvas, Fernandinho Beira-Mar planejava comprar aeronave

Beira-Mar, durante um julgamento no Rio, em março deste ano
A total vigilância de todos os passos e diálogos do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, dentro da penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, levou a direção da unidade a descobrir a articulação de mais um de seus planos. A gravação de conversas do criminoso com seus filhos, de acordo com o relatório de inteligência da unidade, revelou que a família articula a compra de uma aeronave. Para isso, estariam recebendo ajuda de um dos maiores traficantes do Paraguai. A distância entre Catanduvas e o país vizinho — algo em torno de 200 quilômetros — pode ser percorrida em cerca de uma hora por um avião ou um helicóptero.
O principal articulador do esquema, de acordo com as informações da unidade, é um dos filhos de Beira-Mar, Marcelo Fernando de Sá Costa, de 22 anos. O jovem, segundo informações de inteligência, aproveita-se de suas constantes idas ao Paraguai, onde teria laços com o traficante José Tomas Rojas Cañete, o Toma’i, que está preso. Mesmo atrás das grades, explica um senador paraguaio ouvido pelo EXTRA e que pediu para não ser identificado, Toma’i continua comandando sua quadrilha.
O diretor da penitenciária de Catanduvas, Fabrício Bordignon, não quis comentar as informações. Já os advogados do traficante disseram desconhecer tais conversas e também que o criminoso esteja planejando a compra de uma aeronave. Marcelo não foi localizado pelo EXTRA.
Fora do estado do Rio desde o início de 2003, Beira-Mar escreveu uma carta, de próprio punho, para os juízes corregedores de Catanduvas. O traficante está desde outubro de 2012 no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Na correspondência, o criminoso diz não suportar mais sua situação: “Excelências, psicologicamente cheguei ao meu limite. Não aguento mais sofrer calado, ser acusados de fatos que não cometi, ser tratado como inimigo nº 1 da sociedade (...)”, protesta o criminoso.

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