A senadora Fátima Bezerra impôs uma significativa derrota ao grupo de Carlos Eduardo Alves nos últimos dias. Ambos se movem em busca da viabilização de uma candidatura ao governo do RN em 2018.
O anúncio feito pela imprensa local de que o grupo do ex prefeito Maurício Marques deixará o PDT de Carlos Eduardo, para se aproximar mais da petista, representou uma grande demonstração de força da senadora e um embaraço para Alves. Estamos falando do terceiro maior colégio eleitoral do RN. Não é pouca coisa.
Agora, o que se sabe é que ambos disputam o apoio da prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini. Ela não está bem em face da crise fiscal e da perda de receitas do petróleo, mas conta com um inacreditável silêncio da imprensa e formadores de opinião mossoroenses, os mesmos que tornaram a vida do ex-prefeito Silveira Jr um verdadeiro inferno. O apoio da chamada Rosa no segundo colégio do RN será importante para arrastar a maioria dos votos por lá. Se Fátima levar mais essa é arriscado acontecer de Carlos Eduardo Alves procurar mesmo é finalizar seu mandato. As raposas mais experientes têm sussurrado que só acreditam que CEA deixará a estável e confortável cadeira de mais de dois em busca de uma aventura quando de fato ocorrer.
Carlos Eduardo Alves domina a principal máquina municipal do RN. Porém, teria de deixá-la nas mãos de seu vice Álvaro Dias, um histórico liderado do seu primo, o hoje preso preventivo Henrique Alves. O embaraço não pára por aí. No devido momento, os opositores do prefeito não lembrarão apenas desse nada desprezível detalhe. Mas que também Álvaro Dias foi o presidente da Assembleia que executou as efetivações secretas de alguns de seus funcionários no escândalo que ficou conhecido por “Trem da alegria”. Ele tem cinco parentes efetivados por lá. É um currículo e tanto que, somado a elevada rejeição de Agripino e Garibaldi, Carlos Eduardo Alves terá de carregar. Um calvário ainda a ser mensurado, mas o peso certamente não é pequeno.
É justamente por isso que o PT não bate em Carlos Eduardo Alves, enquanto centra fogo em Robinson Faria. Procura demarcar distância de Robinson, que está mal avaliado e tenta descascar o desgastante abacaxi da crise fiscal, previdenciária, etc, e espera que, caso Cea não venha ser postulante, possa vir a endossar a principal candidatura petista para 2018. Se Carlos Eduardo confirmar sua postulação tentará colar Fátima em Robinson, já que ambos se elegeram pela mesma chapa em 2014.
Os sintomas da operação não são poucos. A vereadora Nathalia Bonavides, antes uma sniper contra Cea, hoje perdeu o posto para Sandro Pimentel. Bonavides passou a atirar no governo, ao mesmo tempo em que cola em Fátima Bezerra. A respeito disto tenho um palpite: a jovem e habilidosa advogada é aposta do grupo de Fátima para deixar Mineiro sem mandato, que assim como a já citada vereadora, também sairá para federal. Mineiro manda no PT há muitos anos e a atual senadora não vai perder a oportunidade de desidratar o grupo do deputado estadual. O ímpeto de Fátima é conhecido e a postura de Mineiro de manter o PT fechado para alicerçar sua hegemonia também. Bezerra não ficará a mercê de poder vir a ser governadora do RN e não mandar nem na sua casa. Certamente, as pernadas dadas por Mineiro para levar a maior parte dos cargos do governo Robinson não foram esquecidas.
Diante dessa disputa entre os dois candidatos ao governo citados é possível especular que Carlos Eduardo Alves ainda nem saía candidato e também não apoie Fátima. Como não é de bom tom subestimar a inteligência de quem vive de política, sobretudo quando atua em sua seara, é possível que um plano C se encontre na manga e venha a ser lançado em hora oportuna. E isto só o tempo dirá.
Por enquanto, o que é certo é que o passe de Rosalba está valendo bastante e ela, sem dúvida, saberá tirar proveito da situação. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
O Potiguar
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