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domingo, 13 de novembro de 2011

Governo ainda não sabe o que fazer com o Estádio Juvenal Lamartine


Publicação: 13/11/2011 12:18 Atualização:

Desde o início das obras para construção da Arena das Dunas, a discussão sobre o futuro do Estádio Juvenal Lamartine ganhou espaço na mídia. Inaugurado na década de 1920, o "estadinho do Tirol" hoje recebe apenas partidas de futebol amador e treinos da equipe profissional do Alecrim durante o período em que o time está em atividade. Para os amantes do futebol e da história da cidade do Natal, o JL deveria ser restaurado e mantido no coração de um dos mais tradicionais bairros da capital, podendo até sediar - depois de feitas algumas adequações, principalmente, no trânsito - partidas do Campeonato Potiguar, além de outras competições, como a Taça RN e os Jogos Escolares do Rio Grande do Norte (Jerns). Para o governo do Estado, entretanto, o Juvenal deve servir como moeda de troca para construção de um hospital na Zona Oeste da cidade.

Na última quarta-feira, em audiência realizada na Assembleia Legislativa, o procurador geral do estado, Miguel Josino Neto, apresentou emnome do governo a proposta de "desafetar a estrutura localizada na avenida Hermes da Fonseca", ou seja, colocar o Juvenal Lamartine, que está avaliado atualmente em R$ 30 milhões, à venda por meio de concorrência pública. Com o dinheiro, seria construído um hospital de trauma na Zona Oeste e um "novo JL" na Zona Norte. "Na proposta de venda deverá ser colocado o destino da verba, que será utilizada na construção de um novo hospital de trauma na Zona Oeste de Natal e o Novo Juvenal Lamartine, que deverá ser construído em um terreno já identificado na Zona Norte", disse Miguel Josino, que revelou ainda que a governadora Rosalba Ciarlini vai enviar um pedido de desafetação da área do JL à Assembleia Legislativa, processo que deve se estender por um período entre seis e nove meses.

Os desportistas por sua vez parecem não gostar da ideia. Antes mesmo da audiência na Assembleia, um texto do professor Carlos Alberto Nascimento de Andrade, do Departamento de Educação da UERN, circulou pela imprensa argumentando a favor da preservação da praça esportiva. O texto lembra que em Natal existem duas grandes praças esportivas (o Frasqueirão, estádio do ABC, e a Arena das Dunas, ainda em construção) e pode ainda ganhar uma terceira, que seria o estádio Arena do Dragão, do América, mas, como o uso JL seria voltado para o futebol de base, continuaria tendo utilidade.

Sobre a falta de estacionamento, uma das principais críticas ao estádio do Tirol, o professor faz alusão a outras praças esportivas, como o próprio Frasqueirão, para ressaltar que o JL tem condições de receber jogos de competições amadoras e até servir como opção para jogos com menores públicos. "O Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, reformado recentemente, não possui estacionamento e as ruas que o circundam têm dimensões bem menores do que aquelas adjacentes ao JL", argumenta o professor. Carlos Andrade ainda fala que o argumento do governo sobre a necessidade da venda para construção de um novo hospital não é válido, já que "uma coisa não elimina a outra" e que o Estado tem outros terrenos - inúteis - que poderiam servir como moeda de troca.

Proposta do governo é vaga

Propositor da audiência da última quarta sobre o futuro do JL, o deputado Nélter Queiroz disse que o futuro do estádio, hoje, ainda é incerto, já que existem muitas ideias e ainda é preciso discuti-las. Ele disse também que pretende ter pelo menos mais dois encontros com desportistas, representantes de clubes e Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF) para formular uma sugestão e então apresentá-la em uma nova audiência à governadora Rosalba Ciarlini. Atento à discussão, o presidente da FNF, José Vanildo, também salientou que é preciso avançar nas discussões para se chegar a um consenso sobre o melhor para o JL, mas reclamou que o governo não disse em sua proposta como se daria a construção de um novo estádio.
José Vanildo, que participará no próximo dia 14 de uma reunião com a procuradoria do Ministério Público para tratar do assunto, disse ainda que o governo tem agora a chance de discutir um futuro para o Juvenal melhor do que o que teve o Machadão. "Uma coisa ficou certa: se continuarmos avançando nadiscussão do tema do que não foi feito no Machadão, com certeza nós iremos dar um melhor destino ao Juvenal Lamartine", disse. 

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