Os motoristas e cobradores de ônibus de Natal irão paralisar as atividades na manhã desta quarta-feira (7). Entre as 9h e 11h, nenhuma linha irá transitar na capital potiguar.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro), Nastagnan Batista, a manifestação ocorre em função da Justiça do Trabalho não ter publicado o processo do dissídio coletivo, que foi acordado no dia 13 de outubro - há quase dois meses. "O protesto se dá contra o não pagamento do valor do reajuste pelas empresas e a morosidade da Justiça do Trabalho", afirmou.
Os valores firmados no dissídio coletivo dão à categoria um reajuste salarial de 6,49%, o mesmo concedido no vale-alimentação, que passará a ser unificado, chegando à quantia de R$ 150,00 para toda a categoria - motoristas e cobradores. Com isso, o aumento o salário dos motoristas, por exemplo, passaria de R$ 1.192 para R$ 1.269.
Esses valores, no entanto, ainda não foram repassados nos meses de outubro e de novembro. "O processo já foi julgado, mas as empresas se recusam a pagar isso", relatou Nastagnan Batista. Ele acredita ainda que a paralisação é uma forma de mostrar a indignação dos motoristas com a demora na publicação do processo. "Esse protesto irá mostrar que os trabalhadores não tem mais paciência (de esperar a publicação) e vão demonstrar isso nas ruas".
De acordo com o Tribunal Regional de Trabalho da 21ª Região (TRT/RN), o acórdão do dissídio será enviado para o diário eletrônico da Justiça do Trabalho amanhã, devendo ser publicado na quinta-feira (8). Entretanto, a certidão de julgamento - do dia 13 de outubro - já possui efeitos legais e o acerto deveria estar sendo cumprido.
Do Rio de Janeiro, Augusto Maranhão, membro da diretoria do Sindicato da Empresas de Transporte e Passageiros do Rio Grande do Norte (Setrans), conversou com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE. Ele julgou a atitude do sindicato como equivocada. "Entendemos isso como uma forma burra de se fazer um protesto, que só prejudica a população", declarou. Augusto Maranhão acredita que a demora na publicação do dissídio coletivo se deve em função das mais de 100 cláusulas existentes no processo. "Essa demora deve ser em razão da extensão do dissídio. Um erro numa vírgula pode pôr tudo por água abaixo", comentou.
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