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sábado, 13 de abril de 2013

PF abre inquérito sobre Lula

Publicado no Jornal OTEMPO em 13/04/2013

SÃO PAULO. A Polícia Federal instaurou, anteontem, um inquérito para investigar se o ex-presidente Lula teve participação no escândalo do mensalão. A investigação ficará a cargo da delegacia de crimes financeiros. Na semana passada, a Procuradoria da República do Distrito Federal havia determinado a abertura da investigação baseada no depoimento do operador do esquema, o empresário Marcos Valério.

A PF fez uma análise da documentação enviada antes de abrir o inquérito, cuja portaria de instauração foi assinada na quinta-feira. O prazo inicial da investigação é de 30 dias. Se for necessário mais tempo, a Justiça terá que autorizar a prorrogação. 

É a primeira vez que será aberto inquérito criminal para investigar se Lula atuou no mensalão. No processo principal do escândalo, julgado no segundo semestre do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lula não foi réu. Ele prestou depoimento, por ofício, apenas na condição de testemunha chamada por diferentes acusados na ação penal.

O depoimento de Valério foi dado à Procuradoria Geral da República em setembro do ano passado, enquanto ocorria o julgamento no STF. Entre outras acusações, o publicitário afirmou que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, negociaram repasse de US$ 7 milhões para o PT.

Valério afirmou que o ex-presidente e Palocci reuniram-se com Horta no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria o valor combinado para o partido. O dinheiro seria usado em campanhas petistas e para pagar mesadas a deputados, segundo Valério.

No pedido enviado à PF, a Procuradoria solicitou "diligências" para averiguar a exata data do encontro citado por Valério. Não há ainda previsão de quando depoimentos serão tomados.
Valério fez outras acusações no depoimento, como a de que Lula se beneficiou com recursos do esquema. O petista sempre negou.

Defesa.  O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que "não há nova informação em relação às publicadas há cinco meses", quando o depoimento de Valério foi remetido à primeira instância. Lula não quis se pronunciar em viagem à Inglaterra nesta semana.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, afirmou que as acusações são "invencionices" para atingir a imagem do ex-presidente, "cujo único ‘crime’ cometido foi o de melhorar a vida de milhões de brasileiros". O dirigente do partido em São Paulo, Edinho Silva, classificou de "ridícula" a abertura de investigação

O advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio, chamou o depoimento do empresário de "invencionice" e negou a existência do encontro no Planalto.

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